Leituras imperdíveis

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Saudade que não tem fim!!



Vivo de saudades eternas, de faltas que nunca se completam.

Saudades de desejos, pessoas, coisas.

Saudade do que já foi e até do que não foi.

Saudade do que nem mesmo tem nome. Daquilo que ainda nem existe.

Vivo de saudades inestimáveis, daquelas que se cuida pra que nunca passem, simplesmente porque ter de quem sentir saudade é um sinal de que se está vivo, mesmo que pela metade...

Vivo de ausências doloridas, o que me causa saudade de mim, de quem sou, de quem poderia ser, de quem jamais poderei ser. Porque não ser e sofrer por isso também é saudosista.

Vivo de saudades que apertam, machucam, dilaceram, acinzentam o dia, tornam tudo nada demais.

Vivo de saudades ou morro de saudades? Saudades em mim, de mim, e por mim. Afetos não entregues de carinhos inevitavelmente reclusos.

Saudade de ter você por perto, com jeitinho arretado de quem espera que a vida seja simples, boa, bonita e quem sabe completa. Até que tudo se esvai e reste nada mais que uma dolorosa saudade preenchendo(?) o peito e o vazio da noite fria.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Viver e não ter a vergonha de ser feliz!!!


Decretado o dia da queda do muro de lamentações.
Abaixo todas as velharias de vivências tristes, descrenças, arrependimentos, mágoas e tudo aquilo que nos enraíza em um mar de sofrimento sem fim.
Abaixo o sentimento de rebeldia adolescente, de raiva do mundo, e de faltas sem sentido.
Abaixo aqueles velhos erros do passado que se entranham em nós em forma de medo paralisante.
Abaixo as lembranças dolorosas, as cartas nunca entregues, as palavras não ditas, a dor pela ausência daquilo que não foi.
Abaixo a fuga do contato profundo e verdadeiro com o outro. A falsa sensação de segurança. A paralisia de viver temeroso e receoso de se fazer conhecer.
Abaixo a sensação de estranhamento no mundo, de auto-conceito impiedoso de quem pensa demais sobre si mesmo sem nunca ter respostas.
O que resta?
O banho na chuva sem se preocupar em como o cabelo vai ficar depois ou no julgamento dos observadores transeuntes.
A gargalhada solta, aberta, completa. Daquelas que ecoam até mesmo no coração de quem não aprendeu a sorrir.
O abraço gostoso, inteiro, de entrega. Daquele que diz tudo mesmo no silêncio.
O cheiro, no cangote, no rosto, nos olhos, no coração de quem corajosamente decidiu-se pelo amor.
O amor, de mãe, de pai, de irmão, de amigo. Daqueles amores que não cabem no peito de tão infinito.
O carinho, exagerado, estremado, enlouquecido de quem não teme ser tachado de maluco. E é loucura a gente decidir viver? E ser? E sentir?
Resta-nos a decisão por lançar-nos nas incertezas do que está aqui, agora.
Viver essa vida confusa, transloucada e não esperar por outra.
Porque a felicidade pode estar aqui do lado. Do meu, do seu, do nosso.
Ao lado de quem acorrentado, chora pelo que já foi e esquece de dar chance ao que virá.
Mantém-se intacto olhando dolorosamente pra trás e não vê o sol iluminando o dia.
Este mesmo sol que nasce todos os dias eternizando os novos ciclos de descobertas de si e do mundo.
E isso é garantia de não sofrimento? Provavelmente não, mas quem disse que viver e ser feliz não pode ser uma doce e fascinante aventura pelas entranhas de um caminho desconhecido?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Meio sem querer


Meio sem querer, a aproximação inevitável.
Meio sem querer, a gente foi se querendo.
Meio sem querer as resistências se foram.
Meio sem querer e sem pensar em mais nada a entrega acontece.
Meio sem querer e sem pudores, sem medos ou grandes elocubrações a entrega se repete. De novo, e de novo.
Meio sem querer o coração vai sendo tomado por sentimentos confusos de desejo, afeto, carinho, saudade.
Meio sem querer, um sorriso maroto, um jeitinho tosco, uma lembrança boa.
Meio sem querer tudo começou a ficar muito mais importante?
Meio sem querer cobranças começam a ser feitas.
Meio sem querer expectativas surgem, definem-se e instalam-se.
Meio sem querer o coração se machuca.
Meio sem querer, a solidão.
Meio sem querer a doce saudade, já não tão doce assim, surge novamente.
Meio sem querer, o vazio.
Meio sem querer, voltar a viver, expor-se às contingências novamente.
Meio sem querer, recomeçar é a única escolha possível.
Até que novamente, meio sem querer, o ciclo inicie.
E entre idas, vindas e recomeços, meio sem querer, o desejo sempre é de que o amor aconteça.
Assim, meio sem querer, como um tropeço, como uma brisa suave, como um amanhecer.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Lembranças!!!


Olhe para mim com o desejo de memorizar cada detalhe. Passeie pelos cabelos, delicie-te com o aroma e o movimento oscilatório em direção ao vento. Guarde para sempre...cada gesto, cada olhar, cada maneira peculiar. Cada sorriso, cada perfume. Tudo de mim e em mim. Geograficamente, a lembrança de cada ínfimo e profundo sentimento marcado em seu (meu) coração. Pequenos indícios de que serei eternamente sua...

Enlaça-me nos teus braços,

Como se fosse o fim dos tempos,

Como se a vida não existisse,

Aquém e além de nós...