sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Um lamento...
A voz, agora muda
O sorriso transfigurado em seriedade
A dureza em que configuramos nosso coração por conta do medo
Medo de sofrer, medo da repetição, medo do medo
Lamento as dores que sufocantemente vão martelando e tilintando ferozmente a cada vez que tudo se finda, de novo.
Lamento pelo não vivido: sonhos não divididos, sorrisos não compartilhados, leveza e entrega não experienciada, descobertas, lugares e pessoas não conhecidas
Vida que passou sem ter sido, lamentavelmente.
Lamento toda frieza, toda relutância, todo orgulho, toda dúvida
Lamento toda a bolha de auto-proteção em que nos colocamos
Lamento a inacessibilidade, a vida fechada, a não entrega
Lamento minha lamentavelmente capacidade de sentir demais, o tempo todo
Lamento ser em tudo demasiada. Fato.
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lindo!
ResponderExcluirFalando tanto em medo, acabei lembrando da música do Lenine (Miedo).
ResponderExcluirBjss
Ei, Nilza... você se superou nesse lamento! Maravilhoso. Triste. Fato.
ResponderExcluirMas vou te dizer uma coisa: seu único lamento deve ser o da não entrega do outro. Sua parte você fez, todinha. Azar o dele.
(Falei isso pra você ou pra mim mesma, que também sou demasiada em tudo? ...)
Um beijo!
Arrepiada Nilza!
ResponderExcluirSinto-me caminhando ao lado dele ...
ouvindo pausadamente cada frase do texto!
; )